quarta-feira, 13 de julho de 2011

Para David Coimbra

Ao ler o texto"Tarso, o inimigo dos professores", na Zero Hora de 08 de julho de 2011, enviei um comentário ao jornalista David Coimbra autor do mesmo.

Prezado David,

Atualmente, os discursos têm sido maniqueístas e não admitem serem confrontados; se o fizeres, serás tachado de ou preconceituoso, ou elitista, ou, de direita. Tenho podido observar que te atreves a contrariar alguns discursos, quando poderias simpaticamente ser cúmplice dos mesmos. Essa postura é extremamente saudável e necessária para a renovação seja do teu discurso ou do discurso do outro. Infelizmente a dialética tem sido esquecida : tese, antítese e síntese. Sem a antítese não se chega à síntese. As posições adotadas pecam pela uniformidade, transformando seus argumentos em clichês cujo estribilho se repete sem, contudo, renovar-se. As mulheres são sempre vítimas, os gays são sempre discriminados, os sindicatos são sempre vítimas dos patrões, os sem-terra são sempre puros e ingênuos e não cometem nenhuma infração, o governo , seja ele qual for, está contra a sociedade, os políticos são todos corruptos (apesar que fica difícil no quadro atual desmentir a generalização!)


No teu artigo “Tarso, o inimigo dos Professores”, na Zero Hora de 08/07/11, todos os governos são contra os professores tangencias essa questão maniqueísta quando, implicitamente, percebes que o discurso dos representantes do CPERS, nos últimos anos, é sempre do não e da denúncia. Não existem propostas, no caso do Plano de Carreira, mas quando elas aparecem, somos contra. É a famosa atitude do Sal de fruta ENO ( não é da tua geração), ou dos bascos, Hay gobierno, entonces sou contra. E uma outra: tem que ter cerca viva prá podar.


Na verdade muitos sindicatos hoje vivem mais de estratégias do que de propostas. São originários, dos antigos “libelus”(como costumávamos escrever) ou dos trotskistas. Aliás, a esquerda tem um defeito horrível, é a vaidade. Como dizia um professor do antigo partidão fazendo uma autocrítica: um cara de esquerda tem uma idéia, dois formam uma tendência, três um partido e quatro uma dissidência.


Esse texto que te envio o escrevi n a época da Secretaria Mariza Abreu, que trabalhou comigo no CPERS `na diretoria constituída pela Zilá Totta. O enviei na ocasião, para o segundo Caderno, mas não foi publicado. Como ele traz a história das reivindicações acho oportuno que tenhas conhecimento.
Um abraço, Nayr Tesser

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